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Segundo o Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), o pré-aviso de greve parcial irá abranger quatro horas por turno, "duas horas no início e duas horas no fim", totalizando uma paragem diária de 12 horas no Terminal XXI do Porto de Sines.

A paralisação, a terceira desde maio deste ano, tem como objetivo reivindicar a melhoria das condições laborais, como a evolução das carreiras e o horário de trabalho.

E surge depois de, em plenário, no passado dia 27 de agosto, os trabalhadores terem deixado a promessa de virem a endurecer a luta, durante o mês de setembro, caso a administração se mantivesse “radicalizada e a não dar resposta aos [seus] anseios”.

Num comunicado enviado à rádio M24, a diretora-geral da PSA Sines, Nichola Silveira, manifestou preocupação em relação a esta greve parcial que “poderá afetar a operação portuária” do maior terminal de contentores do país.

A operação portuária poderá ser afetada “devido à perda de movimentos, à confiança dos clientes e à sustentabilidade a longo prazo de muitos postos de trabalho”, precisou.

Esta situação, assinalou a responsável, terá “potenciais impactos na economia local e nacional, bem como na interrupção do fluxo de mercadorias”.

Para demonstrar “o seu compromisso contínuo com o diálogo”, a diretora-geral da PSA Sines revelou que a empresa “alcançou recentemente um entendimento com o Sindicato XXI” que inclui "a criação de um grupo de trabalho para o início das discussões sobre um novo modelo de horários” e a implementação de “um esquema de incentivos baseado em movimentos mensais de contentores”.

Por seu lado, em comunicado, o SIEAP avançou que a greve parcial “é a resposta inevitável a uma administração que se recusa a dialogar de forma séria e inclusiva”.

Apesar do acordo entre a empresa e outra estrutura sindical, o SIEAP tem sido “sistematicamente bloqueado nas suas tentativas de negociação, vendo as suas propostas para um modelo de horários mais humano serem sucessivamente ignoradas”, denunciou.

Com esta luta, os trabalhadores exigem “o fim de um modelo de horários desequilibrados e a devolução de direitos adquiridos, como o dia de aniversário”, ao invés de “prémios que mascaram a realidade”, adiantou.

No entender do SIEAP, “o verdadeiro risco para a confiança dos clientes e a sustentabilidade a longo prazo não é a greve, mas sim a política da empresa que ignora o bem-estar dos seus trabalhadores”.


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