De acordo com Hélder Guerreiro, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul), “há cerca de uma semana”, os trabalhadores “receberam um documento a dizer que a fábrica iria encerrar a 31 de março”.

O dirigente sindical disse que este é o desfecho “há muito antecipado” pelo SITE-SUL que, desde o início do layoff, em setembro de 2023, alertou para a possibilidade de encerramento desta unidade, manifestando preocupação “pelo futuro dos trabalhadores” e “destruição da capacidade produtiva do país”.

O 'layoff' na fábrica de Sines da multinacional tailandesa Indorama Ventures arrancou no início de outubro de 2023, durante seis meses renovável por igual período, com o pagamento de 66% do salário dos trabalhadores, e terminou em outubro de 2024.

Em junho de 2024, apenas “metade dos cerca de 130 trabalhadores” abrangidos pelo ‘layoff’ mantinham-se nessa situação.

“Em outubro de 2024, os trabalhadores que mantinham o vinculo com a empresa foram chamados para desempenharem as funções normais, mas desde novembro que estão nos seus postos de trabalho com a fábrica parada”, disse Hélder Guerreiro.

Segundo o sindicalista, “estão a decorrer negociações nos termos que a lei prevê para cessação dos postos de trabalho” e acrescentou que os trabalhadores “têm direito, nos termos do acordo de empresa, a um salário por cada ano de antiguidade, formação e seguro de saúde”.

Além do encerramento e do despedimento dos trabalhadores, o dirigente do SITE- Sul apontou ainda para a possibilidade de a fábrica de Sines da Indorama “vir a ser deslocalizada”.

“Apesar da Indorama não querer continuar a laborar nesta fábrica, era importante que essa instalação ficasse no concelho ou fosse vendida ou cedida a outra empresa, mantendo a questão da produção e porventura até dos salários”, defendeu o dirigente sindical, apelando ao Governo e ao presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, para “que tenha palavra e a possa usar contra mais um crime contra a produção nacional e no sentido da desindustrialização do país e da região”.

Já hoje, em comunicado, o PCP lamentou o encerramento definitivo desta fábrica e manifestou a sua solidariedade para com os trabalhadores, referindo tratar-se de “mais um capítulo negro da desindustrialização do país e de destruição social”.

No documento, os comunistas lembraram que “após um ano de 'layoff', suportado por verbas da Segurança Social, não houve nenhum resultado positivo, nem para os trabalhadores, nem para o país”, tendo ficado evidente ”a displicência com que são aplicados os fundos destinados a pagar prestações sociais e reformas”.

Este “é mais um exemplo de má governação por parte do PS e PSD e de como as políticas seguidistas destes partidos face à União Europeia prejudicam o desenvolvimento do país, a vida dos trabalhadores e do povo portugueses”, criticaram.


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