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“Finalmente começou a falar-se a sério do potencial que a água tem no desenvolvimento dos territórios, que nós já sabiamos, e este plano veio dar voz a isso, a essa preocupação e nesse aspeto, por si só, isto já é muito positivo”, disse o dirigente da ARBCAS.

Em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação do PIACC, que decorreu esta segunda-feira, em Santiago do Cacém, Rui Batista defendeu que o território deve saber adaptar-se às alterações climáticas para “não perder a guerra”.

“As alterações climáticas são uma realidade e temos duas opções: ou encontramos alguma forma de as potenciar e adaptamo-nos ou então perdemos a guerra. Portanto, acho que as pessoas começaram finalmente, nestes últimos tempos, a mudar o discurso e isso é muito bom”, frisou.

Questionado sobre a urgência de se avançar para o terreno com as medidas identificadas no documento, o representante dos beneficiários de Campilhas e Alto Sado disse estar otimista.

“A primeira fase é identificar as coisas e agora daqui para a frente depende daquilo que cada um é capaz de fazer, porque isto é feito a nível regional com o apoio do Governo central, saber quais os níveis e as fontes de financiamento que isto vai ter, não ficámos esclarecidos e não estão identificadas, mas este é o primeiro papel”, considerou.

No seu entender, “é importante sentir que estão todos os municípios desta região e outros 'stakeholders' envolvidos e, pelo que percebi, sentiram-se representados nas preocupações do plano".

"E agora é ir para a frente, esperar que haja ou não eleições e orçamentos”, acrescentou.

Sobre as chuvas que têm caído nas últimas semanas, Rui Batista mostrou-se satisfeito, embora o nível das barragens do Monte da Rocha e de Campilhas seja ainda inferior ao desejado.

“Obviamente estamos muito satisfeitos porque tivemos o maior período de seca das últimas décadas, que foi terrível, e ainda assim a Barragem de Monte da Rocha atingiu, este fim de semana, os 20% depois destas chuvas", precisou.

No entanto, o responsável disse acreditar que estes valores vão "aumentar" com as chuvas desta semana e porque "os solos já estão encharcados".

"Mas ainda que chova um ou dois anos, o problema [da seca] está cá”, precisou.

Também a Barragem de Campilhas “melhorou”, com o nível de água a situar-se “nos 36%”, prevendo-se um aumento nas próximas semanas “porque as ribeiras estão a correr”, concluiu.


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