Foto: CMSC

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém, que preside atualmente à Comissão de Cogestão da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e Sancha (RNLSAS), foi representada pelo vice-presidente Albano Pereira, que sublinhou “a importância da cogestão para a preservação ambiental deste território único que enriquece todo o concelho".

"Devemos cada vez mais estar unidos, porque este é o caminho a seguir para que a RNLSAS passe a ser um território muito mais respeitado por todos, porque cabe a todos fazer essa preservação, entidades e população”, acrescentou o vereador, citado num comunicado do município.

Segundo a autarquia, na reflexão conjunta sobre a cogestão da RNLSAS foi salientado o seu potencial como espaço de preservação de inúmeras espécies animais e vegetais, a importância de conjugar atividades humanas, como a pesca ou turismo, com a proteção ambiental e destacada a mais-valia para o Concelho de Santiago do Cacém que é possuir uma reserva natural.

Participaram nesta reflexão João Carlos Farinha, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Paulo Encarnação, vigilante da natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, David Jacinto, da Universidade de Évora, e Pedro Beato, da Entidade Regional de Turismo do Alentejo.

Estiveram, também, presentes os representantes das entidades que fazem parte da Comissão nomeadamente a Águas de Santo André, a Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano, a Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente e o Município de Sines. O presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, e a coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Santo André (CRASSA), Carolina Nunes, também intervieram nesta sessão sobre a cogestão da reserva natural.

Foram parceiros da iniciativa a EON e o CRASSA/QUERCUS, que contou também com o apoio da Junta de Freguesia de Santo André e da AMZB - Associação de Moradores da Zona de Brescos que confecionou o bolo de aniversário.

O programa incluiu a anilhagem e observação de aves, a demonstração do controlo de plantas invasoras, um peddy-paper à descoberta do Salgueiral, uma sessão sobre mamíferos e répteis marinhos, atividade sobre a monitorização da fauna terrestre, a visualização de um documentário sobre os valores naturais da RNLSAS e a devolução à natureza de um animal selvagem recuperado no CRASSA. Já as crianças, entre os 5 e os 12 anos, participaram em jogos pedagógicos sob o mote “O caminho da água – ciclo da água e suas práticas” e numa aula de yoga no “fundo do mar”.

A título de curiosidade, e de acordo com o ICNF, já foram registadas na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha 54 espécies de peixes, 12 de anfíbios, 15 de répteis, 29 de mamíferos, 241 de aves, cerca de 344 invertebrados aquáticos e 205 borboletas. Da fauna ictiológica (peixes) da Lagoa de Santo André, destaca-se a enguia-europeia e o verdemã-comum, espécie endémica da Península Ibérica e rara em Portugal.

As aves constituem o grupo faunístico com mais destaque, dado a reserva se localizar num importante corredor migratório e apresentar uma diversidade de locais de repouso e recursos alimentares abundantes.

Floristicamente, a reserva é bastante rica e diversificada, estando identificadas 510 espécies de plantas. A vegetação inclui caniçais, juncais e salgueirais nas zonas lagunares a que se juntam plantações de pinheiro-bravo e matos atlânticos incluindo espécies que só existem em Portugal, caso de Armeria rouyana.

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