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“O que sai daqui hoje é uma motivação tremenda destes trabalhadores de que, caso a administração continue radicalizada e a não dar resposta aos [seus] anseios, durante o mês de setembro vamos endurecer as medidas de luta”, disse o secretário-geral do Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), Cláudio Santiago.

A paralisação, em dois períodos, de 11 a 17 e de 25 a 31 de agosto, às duas últimas horas de cada turno, foi convocada pelo Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) para reivindicar a melhoria das condições, como a evolução das carreiras e o horário de trabalho.

De acordo com o dirigente, que falava aos jornalistas no final do plenário que juntou algumas dezenas de trabalhadores, o segundo período da greve tem tido “uma boa adesão” afetando as operações portuárias.

“Das 12 gruas [em operação no Terminal XXI] ficam duas a trabalhar, o que para nós é sinónimo da adesão e do impacto” da luta destes trabalhadores.

Durante este período “foram feitas greves parciais” para evitar “prejudicar as operações” e “penalizar os operadores portuários”, indicou o sindicalista, admitindo que se o atual cenário se mantiver, os trabalhadores poderão avançar para “uma greve total”.

Em causa, indicou, “está um horário [de trabalho] que foi unilateralmente alterado, sem respeitar aquilo que seria o normal funcionamento de escutar as estruturas dos trabalhadores e que tem prejudicado a [sua] vida”, com “uma carga [horária] tremenda durante o verão”.

Numa declaração por escrito enviada hoje, a diretora-geral da PSA Sines, Nichola Silveira, sustentou que a empresa aplicou, em janeiro de 2025, a todos os colaboradores “o reajuste total do IPC [Índice de Preços no Consumidor] de 2,4%” e que, em abril, “foram efetuadas as atualizações de progressão automática a todo os colaboradores elegíveis”.

“Os colaboradores da PSA Sines são os mais bem pagos na indústria de terminais de contentores em Portugal, o que reflete o nosso compromisso com uma remuneração justa e competitiva”, referiu.

Segundo a diretora-geral, em setembro, “cada colaborador elegível receberá uma recompensa de 100 euros juntamente com duas refeições gratuitas na cantina”, como reconhecimento “conquista recorde de 116. 000 movimentos em julho na PSA Sines - a mais alta em 22 anos”.

Já em relação ao horário atualmente em vigor, a empresa recordou que o “Tribunal da Relação de Évora, reconheceu que está em conformidade com as leis laborais portuguesas”.

Na mesma nota, a PSA alertou para os impactos desta greve como a redução do volume de movimentos, nos fluxos comerciais de Portugal, no potencial declínio nas taxas de emprego e do quadro financeiro da empresa.

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