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O presidente do Sindicato XXI, Luís Peixoto, explicou que se trata de uma "greve geral em todos os departamentos".

A paralisação visa "combater o que tem sido a imposição da empresa com a alteração de um horário de forma unilateral, com poucas negociações, ou havendo negociações, sem um compromisso”, afirmou.

De acordo com o dirigente, o horário de trabalho, imposto pela empresa há cerca de dois anos “não é justo” para os trabalhadores portuários.

“É um horário que não permite aos trabalhadores marcar um único dia de férias, é a empresa que os marca. No período de verão, entre meados de maio e setembro, uma das cinco equipas está de férias e as restantes fazem uma concentração brutal de horas, com redução da vida pessoal e do devido descanso”, alegou.

Além dos horários de trabalho, a estrutura sindical, que conta com cerca de 400 associados de um universo de cerca de 1.300 trabalhadores, adiantou que a paralisação visa igualmente negociar as tabelas salariais.

“Acabou o acordo que estava em vigência e não houve negociação para implementar novas tabelas ou que mantivesse as que estavam definidas e, com isto, voltámos às tabelas [salariais] de 2015, ou seja regredimos 10 anos em matéria de conquistas salariais”, acrescentou.

Num comunicado, o sindicato, que é subscritor do Acordo de Empresa, explicou que, com esta paralisação, os trabalhadores pretendem lutar contra “a pressão excessiva para horas extraordinárias, as condições indignas em dias sem operações, a sobrecarga de trabalhadores com doenças graves e a manutenção de práticas internas que criam medo e insegurança”.

O dirigente sindical afiançou que a estrutura decidiu avançar com a greve total “após meses” de apresentação de propostas “com e sem valores financeiros” que foram sendo “recusadas pela empresa”.

“Tivemos que recentrar novamente as prioridades e, a avançar para uma greve geral, teria de ser com estas premissas de ir buscar o que já tivemos” no passado, sublinhou.

No comunicado, o sindicato acusou a empresa de “falta de vontade em transformar o diálogo em soluções” e renovou a sua disponibilidade para um acordo que “permita devolver a paz social ao Terminal XXI”.

“A nossa expetativa é que a empresa veja a gravidade da situação e esteja disposta a sentar-se à mesa com soluções que funcione para ambas as partes. Estamos confiantes que esta greve vai ter bastante adesão”, disse Luís Peixoto.

Na mesma nota, o sindicato indicou que, antes do pré-aviso de greve, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores Portuários e a Federação dos Sindicatos Marítimos apelaram à PSA Sines, concessionária do Terminal XXI, para corrigir práticas regressivas, retomar o diálogo e evitar a escalada do conflito.

A greve conta igualmente com o apoio da Coordinadora Estatal de Estibadores Portuarios (Espanha) – a estrutura sindical que representa os estivadores espanhóis a nível nacional e da Federação Francesa dos Estivadores.

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SANTIAGO DO CACÉM
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