No FMM “abraçamos o Mundo e esse Mundo é que é importante” - Carlos Seixas
A 25ª edição do Festival Músicas do Mundo (FMM), que se realiza, entre 18 e 26 deste mês, em Sines e Porto Covo, quer mostrar “que há esperança” num Mundo cada vez “mais cinzento” e pouco tolerante, revelou o diretor artístico, Carlos Seixas.

Foto: Dina Rito CMS
A poucos dias da edição comemorativa do FMM, o responsável pela programação do festival com espírito de aventura disse aguardar que a “grande Nação daqueles que gostam de ser tolerantes” possa assistir ao festival e iluminar os que “são menos abrangentes à dor e ao sofrimento”.
O mundo “está cinzento, mas de qualquer forma há sempre a esperança, há sempre um grande festival que se realiza dentro de poucos dias e que demonstra que há esperança ao fundo do túnel”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas à margem do lançamento do livro comemorativo das 25 edições do FMM, Carlos Seixas apelou à “grande Nação daqueles que gostam de ser tolerantes, de abraçar o Mundo e as pessoas” que são esquecidas nos tempos atuais.
“Espero que venham e iluminem um pouco a capacidade dos outros, daqueles que são menos abrangentes em relação aquilo que é a dor e o sofrimento, consigam pelo menos também um pouco de vontade e tentarem que o Mundo seja de paz e que a festa, mesmo na dor, seja brilhante”, frisou.
Além da grande nação de festivaleiros que todos os anos “enchem de alegria” os vários palcos do FMM, desde o castelo à avenida da praia Vasco da Gama, Carlos Seixas destacou os artistas “de muitas geografias”, como “uma das grandes conquistas” deste evento musical.
“Temos grandes nomes, nomes que toda a gente conhece, mas também há outros que não são conhecidos e é essa a beleza do festival, o de encontrar palco para mostrar que de facto eles também estão presentes e têm valor”, notou.
27 anos volvidos desde a primeira edição - durante dois anos o FMM não se realizou devido à pandemia de covid-19 - o sucesso do festival “é uma das coisas que mais alegram” o seu diretor artístico, mas também “a própria comunidade que conseguiu mantê-lo”.
“Sem a vontade de uma comunidade como esta, tão aberta e tão generosa, não conseguíamos fazer um festival desta natureza”, garantiu o responsável que não esconde a sua preocupação em relação à sustentabilidade deste festival.
Os festivais principais “estão a atravessar uma crise muito grande”, com “uma imensa inflação na produção [e] custos cada vez mais elevados que preocupam as pessoas”, disse.
“Num festival desta natureza, com este pendor de ser serviço público, naturalmente, que a sustentabilidade também nos preocupa, mas espero que haja vontade política e que haja também força para que o festival continue por muitos e muitos anos”, reforçou.
Questionado sobre as críticas à mensagem de apoio à Palestina, Carlos Seixas, defendeu-se com os valores que, ao longo destes anos, têm vindo a ser cultivados pelo festival: “Não dizem a verdade em relação aquilo que é um festival desta natureza, aqui é um encontro de muitas culturas, de muitas crenças e um ponto de encontro da liberdade e de luta”.
“E essa luta tem de se manter, independentemente das vozes dissonantes. Elas existem sempre, sempre existiram e espero que sejam mais contidos em relação a essas críticas que não são exatamente aquilo que se passa neste festival”, reforçou.
No festival “temos artistas palestinos, como tivemos artistas israelitas. Nós abraçamos o Mundo e esse Mundo é que é importante”, vincou Carlos Seixas.
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