A iniciativa, desenvolvida ao abrigo do protocolo celebrado entre os Ministérios da Justiça e da Cultura, e inserida no programa “Leitura sem Fronteiras”, desafiou os participantes a inspirarem-se no mote “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.

Na categoria de Estabelecimentos Prisionais, o primeiro prémio foi atribuído a Isaac Furtado, do Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, em Grândola, com o texto "Meu Caro Luís". O júri destacou a força expressiva do trabalho que revela que a temática proposta foi compreendida, integrada e trabalhada com criatividade, originalidade e qualidade literária.

A Biblioteca e Arquivo do Município de Grândola integrou o conjunto de 41 Bibliotecas Municipais da área geográfica dos estabelecimentos prisionais e dos centros educacionais, convidadas pela DGLB a participarem como representantes no júri local, na primeira fase de seleção dos trabalhos. Numa segunda etapa, os trabalhos finalistas foram submetidos à apreciação de um Júri Nacional, composto por profissionais da DGRSP e da DGLAB, que determinou a classificação final.

Isaac Furtado (pseudónimo) é utilizador da Biblioteca Itinerante de Grândola e participa no projeto "Livros em Cadeia" que apresenta duas vertentes: Mediação de Leitura – contexto sala de formação dentro do Estabelecimento Prisional e Troca de Livros – com reclusos em regime aberto.

O concurso reuniu um total de 90 trabalhos, 78 provenientes de estabelecimentos prisionais e 12 de centros educativos.

A iniciativa reforça o papel da leitura e da escrita como ferramentas de expressão e reintegração social, dando voz a reclusos e jovens e aproximando-os da herança literária de Camões, figura maior da língua e cultura portuguesas.