Foto: CMG

Em comunicado, o autarca defendeu ser necessário “corrigir o enorme erro que o executivo anterior”, de maioria comunista, “cometeu ao não apresentar o parecer que lhe foi solicitado sobre o reconhecimento do interesse nacional do projeto” que se encontra em fase de licenciamento ambiental.

O investimento de 196 milhões de euros, promovido pela empresa Redcorp - Empreendimentos Mineiros, para exploração de cobre e outros metais e localizado nos concelhos de Grândola e de Alcácer do Sal, obteve, há três anos, o estatuto PIN.

Depois de uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) desfavorável, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) comunicou que o promotor tinha seis meses para reformular o projeto e submetê-lo a novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), cujo período de consulta pública está a decorrer até 27 deste mês.

Por isso, o autarca socialista reuniu com a AICEP Portugal Global, gestora dos projetos de interesse nacional, e formalizou, por escrito, um pedido de reavaliação do reconhecimento do estatuto PIN à Mina da Lagoa Salgada.

Em declarações à rádio M24, Luís Vital Alexandre afirmou que o estatuto PIN “foi atribuído com a omissão do [anterior] executivo municipal”, liderado por António Figueira Mendes, que “optou deliberadamente” por não se pronunciar.

“E, com isso, hipotecou qualquer hipótese de não atribuição do estatuto PIN, aliás a AICEP deliberou na ausência de qualquer pronúncia da Câmara de Grândola”, criticou.

Segundo o autarca, no mesmo comunicado,  a proposta de declaração ambiental desfavorável "que precedeu esta nova consulta pública" sobre o projeto reformulado “evidencia dados muito preocupantes”, sendo “urgente que o Governo e o Parlamento se possam envolver neste assunto, com frontalidade”.

Entre eles, indicou, a "questão da água, não só a quantidade, [como] a fonte de abastecimento que o projeto necessita".

"Também o facto de o túnel de acesso à área mineira atravessar todos os lençóis freáticos daquela zona", representa "uma questão muito crítica para nós", sublinhou.  

Além disso, o autarca solicitou audiências com caráter de urgência à ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e ao presidente da Comissão Parlamentar de Ambiente e Energia, Salvador Malheiro.

Na mesma nota, o atual executivo considerou ainda curto o prazo de consulta pública, tendo formalizado junto da APA “o pedido de prorrogação” da auscultação.

Acrescentou ainda que está a trabalhar com os serviços camarários e o apoio de uma equipa especializada em estudos de impacte ambiental, com experiência na área das minas, para emitir um parecer rigoroso e fundamentado que reflita as preocupações do município face ao projeto da Mina da Lagoa Salgada.

Segundo o Resumo Não Técnico do EIA, que pode ser consultado no portal Participa, a reformulação do projeto inclui alterações ao processo de tratamento mineralúrgico, o reforço das medidas de proteção do aquífero, mudanças no método de deposição de resíduos no aterro e uma redução da área de ocupação.

A produção estimada para a Mina da Lagoa Salgada é de 5.480 toneladas diárias de minério, durante uma vida útil de 11 anos, iniciada após uma fase de construção com cerca de dois anos.

O promotor aponta o início da construção para o 1.º trimestre de 2026 e o arranque da exploração mineira no 2.º semestre de 2027 por um prazo de 11 anos.

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SANTIAGO DO CACÉM
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