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A paralisação é promovida pelo Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) e abrange as últimas duas horas de cada turno.

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do SIEAP, Cláudio Santiago, fala numa adesão elevada e numa das maiores “greves de sempre” naquele terminal do Porto de Sines.

“Não temos dados para afirmar qual a adesão exata desta paralisação, mas podemos dizer que em 12 gruas, está uma grua a trabalhar. Em média ficam entre uma a duas gruas a trabalhar e isso consegue aquilatar a adesão massiva que tem tido esta greve”, salientou.

Esta é uma greve “que tem um espírito muito importante” na procura “de soluções” para as reivindicações dos trabalhadores, disse o dirigente, acrescentando que esta paralisação “foi o último recurso” encontrado pelo sindicato para chamar a atenção das duas empresas para a necessidade de “negociar um acordo que valorize os trabalhadores”.

“2024 foi o melhor ano de sempre deste porto e o que observamos é um recuo nos direitos destes trabalhadores. Ninguém compreende, os portugueses não compreendem como se pode recuar nesses direitos”, afirmou.

De acordo com o dirigente nacional do SIEAP, em causa estão os direitos em relação “ao horário de trabalho, a conciliação da vida profissional com a vida familiar que é central. Toda a gente fala nisto, mas depois faz-se de conta que não existe e é importante ouvir estes trabalhadores”.

“Os trabalhadores votaram massivamente contra a alteração do horário de trabalho que foi imposto unilateralmente, rompendo com um acordo que existia desde 2019. Há um recuo porque não foi renegociado um acordo que tinha sido firmado sobre progressão e integração de carreiras e sobre valorização destes trabalhadores também a nível salarial”, criticou.

No entender de Cláudio Santiago, a questão do horário “é central na vida” dos trabalhadores e “não tem um impacto para a empresa” que, “se estiver disponível para o diálogo” irá ao encontro das exigências.

Durante a concentração, os trabalhadores, que gritaram palavras de ordem como "A estiva unida jamais será vencida", aprovaram uma moção a “exortar a empresa a regressar ao diálogo” e “recue na sua posição intransigente e radical”, explicou.

“Apresentámos um caderno de propostas variado e a empresa diz que não consegue rigorosamente nada”, afiançou o dirigente, dando como exemplo o dia de aniversário, cuja reivindicação a administração diz “não ter capacidade para acomodar”.

Os trabalhadores, que vão estar em greve até à próxima sexta-feira, agendaram novos plenários para os dias 11 e 13 deste mês para “fazer um balanço” desta paralisação e voltar a apelar à empresa para que “volte à mesa negocial” e “traga soluções”, indicou o sindicalista.

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SANTIAGO DO CACÉM
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