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No tema da habitação, que abriu o debate, promovido pelo jornal O SETUBALENSE e a rádio M24, os candidatos concordaram que este é um problema transversal a todo o território nacional, mas divergiram nas medidas e políticas que devem ser seguidas nos próximos quatro anos.

Enquanto a candidata do PSD/CDS-PP, Sonia dos Reis, mostrou-se favorável à compra de terrenos municipais para a construção de habitação e à revisão do PDM “para flexibilizar os perímetros urbanos” e “agilizar tempos de licenciamento”, Hugo Constantino (Chega) defendeu habitação acessível para os jovens e famílias de classe média e de baixos rendimentos, com a criação de “loteamentos a preços acessíveis”.

O candidato da IL, Aurélio Rocha, criticou os anteriores executivos PS e CDU pela pressão imobiliária criada neste território, propondo a “desburocratização dos processos de licenciamento”.

Já Fátima Luzia (CDU) defendeu procedimentos para construção de habitação acessível, a custos controlados, arrendamento acessível para construção municipal e arrendamento apoiado, enquanto Luís Vital Alexandre (PS) garantiu a construção de 300 casas em todo o concelho, neste mandato, com construção alternativa, a custos acessíveis e em terrenos identificados pelo município.

Para atrair mais empresas e investimentos para o concelho de Grândola, Fátima Luzia (CDU) reconheceu que o “futuro não pode depender apenas do turismo”, avançando com a aposta no comércio local, na 3.ª fase da Zil, em espaços partilhados para jovens empreendedores e a implantação da plataforma logística.

Sonia dos Reis (PSD/CDS-PP) assegurou a reconversão do edifício da antiga cooperativa em “espaços de trabalho partilhado” para jovens profissionais, assim como “um gabinete de apoio ao empresário mais robusto”, a redução de taxas e dos preços dos terrenos da ZIL.

Do lado do Chega, o candidato Hugo Constantino defendeu uma “incubadora de negócios” para os jovens que se fixem no concelho, a redução dos impostos municipais, como a derrama, e “um hotel de baixo custo” para “alojamento temporário, não permanente e de curta duração”.

Aurélio Rocha (IL) defendeu mais “planeamento para fomentar e fixar empresas em Grândola”, a criação de uma incubadora de empresas, novas técnicas de produção para a agricultura, com recurso a inteligência artificial, e alertou para os recursos hídricos, em especial para a agricultura.

Já Luís Vital Alexandre (PS) defendeu mais investimento na “logística, na transição digital, na agroindústria e na transformação de produtos locais”.

Sobre a questão da suspensão do PDM, que marcou o último mandato autárquico, a candidata Sonia dos Reis (PSD/CDS-PP) alertou para os impactos da pressão turística no aquífero local e defendeu a criação de um estudo independente sobre os recursos hídricos.

Hugo Constantino (Chega) defendeu uma revisão urgente do PDM para ampliar o espaço urbano e dar resposta à necessidade de habitação para a população local.

Já Aurélio Rocha (IL) insistiu nos estudos credíveis sobre o estado dos aquíferos, e defendeu que novos projetos devem obedecer a regras ambientais rigorosas para evitar “caminhar para o deserto”.

Luís Vital Alexandre (PS) responsabilizou a gestão da CDU pelo atual “mau PDM”, aprovado em 2017, que reduziu os perímetros urbanos e aumentou a pressão turística sem controlo e defendeu uma nova revisão participada, transparente e inclusiva, que envolva tanto os grandolenses como investidores.

Já a candidata da CDU, Fátima Luzia, defendeu que a última revisão do PDM, aprovada com apoio de alguns elementos do PS, foi um passo necessário para controlar a pressão turística e sublinhou que foram criadas zonas de elevada pressão onde é proibida a construção de novos empreendimentos, com exceção para parques de campismo e anunciou uma nova revisão do PDM em 2027, como previsto na lei.

No debate, que pode ser visto na íntegra nas redes sociais do jornal O SETUBALENSE e Rádio M24, foram ainda debatidas as questões relacionadas com o acesso às praias e a proteção da faixa litoral, as medidas que cada candidato protagoniza para um turismo sustentável e a polémica relativa ao projeto da mina da Lagoa Salgada.


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