Foto: Motorsport

O sul-africano Henk Lategan (Toyota) foi o mais rápido e parte para Espanha com uma vantagem de 1m51s sobre o brasileiro Lucas Moraes, que tem um segundo de avanço sobre o português João Ferreira. Nas motos, o australiano Daniel Sanders (KTM) impôs a sua lei.

O “Dakar europeu” começou, verdadeiramente a sério, com a etapa que se desenrolou em terras alentejanas. Os pilotos oficiais imprimiram um ritmo muito forte, ao longo dos 302 km do setor seletivo e, no final, as diferenças foram relativamente curtas; os três primeiros dos carros estão separados por 1m52s.

Quatro líderes nos carros

Foi um dia bastante disputado com Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider), João Ferreira (Toyota Hilux T1+ Evo), Seth Quintero (Toyota Hilux T1+ Evo) e Henk Lategan (Toyota Hilux T1+ Evo) a passarem pela liderança. Mas Lategan forçou o andamento na segunda metade do percurso e assumiu o comando.

“A etapa foi extremamente exigente. Tive um bom dia, fiz uma condução limpa e diverti-me a conduzir o carro. Estou a gostar bastante de fazer esta prova na Europa”, referiu o piloto sul-africano, que ganhou, pela quarta vez, uma etapa no Mundial de Rally-Raid (W2RC).

Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider) partiu determinado a vencer a prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP). O piloto do Qatar foi o segundo mais rápido na estrada, mas viria a ser penalizado em dois minutos e desceu para a quinta posição.

“Classificativa difícil, não se sei se fiz, ou não, um bom trabalho. O set up do carro não era o melhor e temos de mudar para a próxima etapa. A diferença é pequena e vamos dar o máximo. Espero ter um dia melhor amanhã”, afirmou o piloto da Dacia, que continua bem posicionado para conquistar o quarto título mundial.

Com a penalização do catariano, Lucas Moraes (Toyota Hilux T1+ Evo) ascendeu ao segundo posto, numa etapa “muito intensa, com diferentes tipos de curvas e muitas passagens de caixa".

"Gosto deste tipo de etapa, é parecida com algumas classificativas no Brasil. A organização e o público são fantásticos, e estou satisfeito por estar no top3 e preparado para atacar amanhã”, disse o piloto do Toyota, que tem apenas um segundo de vantagem sobre João Ferreira.

Português João Ferreira foi um dos líderes

O piloto português está a disputar a primeira prova do Mundial de Rally-Raid com o Toyota Hilux T1+ Evo, e confirmou a sua rapidez. Profundo conhecedor da região - esteve duas vezes na liderança nas cronometragens intermédias - viu a sua tarefa complicar-se com o pó levantado por Sébastien Loeb e com um problema de travões.

No final, beneficiou da penalização de Nasser Al Attiyah para ganhar um lugar no pódio.

“Etapa muita dura, longa e difícil. Pisos mais escorregadios do que estávamos à espera e onde era fácil cometer erros. A nossa posição à partida não era a melhor, pois apanhamos o pó do Loeb e do Sainz. Não perdemos muito tempo para os primeiros e a etapa de amanhã vai ser muito importante”, afirmou João Ferreira.

O dia ficou, igualmente, marcado por alguns incidentes. Marcos Baumgart capotou o Toyota Hilux T1+ Evo e ficou parado. Seth Quintero, um dos candidatos à vitoria, parou para fazer uma intervenção técnica no Toyota Hilux T1+ Evo e perdeu mais de 17 minutos e Carlos Sainz teve um furo no Ford Raptor T1+.

Portugueses Gonçalo Guerreiro e Alexandre Pinto em destaque nos “Aranhiços”

A categoria Challenger foi extremamente disputada. Gonçalo Guerreiro (Taurus Evo Max) e Mattias Ekström (Can-Am XRS) travaram uma luta, ao segundo, durante toda a etapa. O piloto português liderou até 10 km do fim, mas perdeu 2m30s devido a um problema técnico e desceu para a segunda posição (12º da geral).

“Foi pena, porque estávamos a liderar. Não estou satisfeito, mas vamos lutar com toda a determinação”, disse, no final.

Alexandre Pinto (Polaris RZR) esteve sempre na frente da categoria SSV e ganhou uma apreciável vantagem sobre Enrico Gaspari.

“Tivemos um dia positivo. Optámos por uma abordagem cautelosa, com o objetivo de chegar ao fim e, pelos vistos, o andamento até foi engraçado. Há muita corrida pela frente, mas estamos com um bom início”, salientou o piloto que é 15º da geral. A manter este resultado, o título mundial está cada vez mais próximo.

Australiano Daniel Sanders dominou nas motos

A primeira etapa foi bastante difícil para os pilotos das motos, devido à dureza do piso, que causou desgaste exagerado dos pneus. Daniel Sanders (KTM 450 Rally) voltou a ser o melhor, mas teve forte oposição dos pilotos da Honda.

O líder do campeonato imprimiu um ritmo fortíssimo, ganhou os dois setores seletivos, e terminou a etapa com 1m11S de vantagem sobre Adrien Van Beveren (Honda CRF 450 Rally) e 1m32s para Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally).

“Piso muito escorregadio, foi difícil ser rápido, mas sobrevivi. Agora é pensar na etapa seguinte”, disse o líder. A segunda etapa promete luta intensa entre os três primeiros.

Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally) é o melhor português (13º), no final do primeiro dia.

“Foi bastante desafiante e diferente do ano passado, com piso muito seco e duro. Tinha pouca tração e, no final, o terreno era arenoso e o pneu traseiro estava gasto. Estou bastante satisfeito com o resultado, até porque larguei de uma posição secundária e, aos 10 km, já estava a apanhar o pó de outros pilotos”, explicou.

Classificação 1.ª etapa Autos

1º Henk Lategan (Toyota Hilux T1+ Evo), com 2h.30,21

2º Lucas Moraes (Toyota Hilux T1+ Evo), a 1m.51

3º João Ferreira (Toyota Hilux T1+ Evo), a 1m.52 (1º português)

4º Saood Variawa (Toyota Hilux T1+ Evo), a 3m.03

5º Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider), a 3m.37

Classificação 1.ª etapa Motos

1º Daniel Sanders (KTM 450 Rally), com 2h.43,40

2º Adrien Van Beveren (Honda CRF 450 Rally), a 1m.11

3º Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally), a 1m.32

4º Ross Branch (Hero 450 Rally), a 2m.46

5º Luciano Benavies (KTM 450 Rally), a 4m.16

13º Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally), a 10m.06 (1º português)

Esta quinta-feira, disputa-se a segunda etapa com partida de Grândola e chegada a Badajoz – é o dia mais longo da prova, com 655 km, sendo 429 km cronometrados. Os dois primeiros setores seletivos são em Portugal, na zona de Ponte de Sor e Mação.

A primeira parte decorre em estradões com muitos eucaliptos e pinheiros. A zona de Ponte de Sor é mais arenosa e a de Mação bastante montanhosa e com piso duro. A etapa termina em Espanha, numa zona plana, que leva até à feira Badajoz, junto à fronteira com Portugal, onde está o controlo de chegada e o bivouac que pode ser visitado pelo público, entre as 18 e as 23 horas (hora espanhola).

Programa

Dia 25 de setembro – Etapa 2 Grândola-Badajoz (429 km)

05:25 – Partida da 1ª Moto do Parque de Feiras e Exposições de Grândola

07:30 – Partida do 1º Carro do Parque de Feiras e Exposições de Grândola

15:30 – Chegada da 1ª Moto ao Recinto de Feiras de Badajoz (hora estimada)

17:30 – Chegada do 1º Carro ao Recinto de Feiras de Badajoz (hora estimada)

19:00 – W2RC Cerimónia de Medalhas no Recinto de Feiras de Badajoz


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