Autárquicas: Debate em Santiago do Cacém
Os quatro candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém concordaram que a habitação é um dos grandes problemas do concelho e apontaram diferentes soluções que pretendem implementar caso ganhem as eleições autárquicas de 12 de outubro.

Foto: DR
Num debate transmitido pela rádio M24 e o jornal O SETUBALENSE, que se realizou, na última quarta-feira, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, a candidata da coligação BE/PAN e Livre, Kaya Schwemmlein disse ser a favor de uma política de combate à especulação.
“A estratégia local é demasiado limitada, continuamos com 10.025 casas devolutas que não são reabilitadas e acreditamos que a Estratégia Local de Habitação [ELH] tem de ser revista de modo a dar resposta à necessidade de casas, ou seja precisamos de habitação pública, com construção também pelo município, criando um mercado de renda controlada, de cooperativas habitacionais e de habitação a custos controlados”, elencou.
Já o candidato da CDU, Vítor Proença, defendeu que o concelho de Santiago do Cacém tem “uma diversidade de respostas” em matéria de habitação e, como novidade, disse ser necessário um regulamento municipal nesta área.
“Há uma resposta que vai ser concretizada, no âmbito do 1.º Direito, que são os 24 fogos em Vila Nova de Santo André, assegurando parte do financiamento pelo PRR. Vamos voltar ao concurso que ficou deserto, em Cercal do Alentejo, para 24 fogos e vamos avançar com renda acessível na cidade de Santiago do Cacém, encontrando um terreno apropriado”, afirmou.
Na perspetiva da candidata do Chega, Cláudia Estêvão, a habitação “é dos problemas mais complexos do concelho de Santiago do Cacém”, tendo em conta o reduzido número de construções e a perda de “quase dois mil habitantes”.
“Queremos avançar com um programa para reabilitar casas devolutas em todas as freguesias e fogos controlados, colocados no mercado a preços acessíveis, incrementar o arrendamento jovem, criar um mercado municipal de arrendamento, definir um projeto de criação de habitação de função para profissionais críticos, urbanizar terrenos com recurso a modelos construtivos certificados na União Europeia e criar incentivos à reabilitação privada e construção”, esclareceu.
Por seu lado, Bruno Gonçalves Pereira, do movimento STC - Somos Todos Cidadãos prometeu uma “nova abordagem” para resolver o problema da falta de habitação neste concelho do litoral alentejano, começando por uma aposta em todas as freguesias, incentivos à autoconstrução e medidas que permitam construir mais casas.
“Há lotes para tratar em São Domingos, que é um assunto parado no tempo, [também] em Abela, há mais de 30 anos, atrás da Igreja, toda a gente se queixa nas ruas, e, em Alvalade, a cooperativa que foi criada “Alegria do Povo” tem um terreno em frente à Associação de Regantes de Campilhas e Alto Sado há uma série de anos. Há pessoas com dinheiro ‘empatado’ e que nunca mais viram nada resolvido. O que temos assistido é que aquela cooperativa devia mudar o nome para “Tristeza do Povo””, ironizou.
O candidato acusou ainda a câmara de, nesta matéria, agir como se de “uma agência imobiliária se tratasse”.
“Em Santo André venderam-se nos últimos anos, em termos de valores nominais, 4,8 milhões de euros em terrenos e em lotes. Este investimento não retornou a Santo André, ou seja a câmara utilizou estes valores para se financiar e não investiu”, acusou.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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