Autárquicas: Candidato da CDU à Câmara de Sines aposta num "novo rumo" e na renovação do projeto autárquico
O candidato da CDU à Câmara Municipal de Sines, Álvaro Beijinha, quer liderar “um projeto de renovação” para dar “início a um novo rumo” autárquico neste concelho, prometendo “trabalhar e lutar pelo progresso e bem-estar” da população.

Foto: DR
“Esta será uma oportunidade única para mudar e iniciar-se um novo ciclo”, com “uma nova visão, uma nova dinâmica, novas ideias e, principalmente, uma melhoria substancial na qualidade de vida destas populações”, afirmou.
A apresentação oficial do cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Sines, Álvaro Beijinha, nas eleições autárquicas deste ano, realizou-se, na passada quarta-feira, na Praça da República, em Sines.
No seu discurso, o candidato vincou que é necessário aproveitar o fim do ciclo autárquico da atual gestão socialista, liderada por Nuno Mascarenhas, que cumpre o terceiro e último mandato e já não se pode recandidatar, para “planear o futuro de Sines e dos sineenses”.
“Para mudar, Sines precisa de uma câmara municipal bem organizada e estruturada, de uma câmara municipal interventiva, dinâmica, enérgica, que não fique à espera que os problemas se resolvam pelo decurso do tempo”, observou.
Realçando o potencial do concelho de Sines, o cabeça de lista da CDU lamentou os “problemas estruturais” que têm sido o travão para o seu desenvolvimento.
“Sines tem um potencial imenso, mas esse potencial tem sido travado por problemas estruturais que continuam por resolver”, como “a limpeza urbana, o abandono do espaço público, a falta de habitação, a ausência de planeamento estratégico ou a burocracia excessiva”, criticou.
E por isso, prometeu, “uma governação que escuta, que aja e que esteja permanentemente no terreno”.
“Acredito também que só com uma câmara municipal muito próxima das pessoas, que as coloque no centro das decisões, Sines poderá ter uma verdadeira mudança”, acrescentou.
Aludindo às “oportunidades de emprego” criadas pelo desenvolvimento do complexo industrial de Sines, o candidato lembrou as dificuldades inerentes a este crescimento económico, que “tem tido como consequência uma brutal subida de valores do custo da habitação, pressão no acesso à saúde [e] no aumento do custo de vida”.
Para o candidato “é necessário que este investimento privado seja acompanhado de investimento público que resolva em parte ou no todo estes problemas”.
“Investimento público que resolva o problema do acesso à habitação, aumente a resposta do acesso à saúde, aumente o alargamento da escola pública, aumente a resposta e a qualidade dos transportes públicos ou do comboio de passageiros, que é estruturante para um concelho como Sines, de onde todos os dias saem e entram milhares de trabalhadores”, defendeu.
Para tal, precisou, é preciso uma governação local “que seja uma voz ativa e firme na exigência, junto dos governos, de mais investimento público que contribua para a resolução dos problemas dos sineenses e no aumento da qualidade de vida”.
Na apresentação oficial da sua candidatura, Álvaro Beijinha considerou ainda fundamental “uma aposta forte no turismo”, como “complemento à imagem vincadamente industrial” do concelho, apostando numa “estratégia bem pensada”, com o foco no segmento turístico do surf, em eventos gastronómicos e no reforço de pontos de interesse cultural e patrimonial.
“Será que queremos continuar com um Porto Covo totalmente atolhado de pessoas no verão e não ter infraestruturas necessárias para responder a esse fluxo brutal de turistas, obrigando ao transporte de água em camiões-cisterna por parte dos bombeiros, e no inverno, ao invés, a maior parte do comércio e restauração fechados por falta de turistas”, questionou.
O cabeça de lista da CDU defendeu urgência “num novo PDM [Plano Diretor Municipal]”, datado de 1990, para introduzir “uma nova visão estratégica” e resolver “os problemas estruturais” deste concelho.
“Sines teve o primeiro PDM do país, em 1990, e passados quase 30 anos e quase 20 em processo de revisão, Sines, ainda hoje não tem aquele que é apenas e só o instrumento de gestão autárquica mais importante em qualquer concelho”, argumentou.
Definiu ainda como “urgente” a criação de “políticas ativas” que contribuam para a resolução do problema da habitação em Sines e na região do litoral alentejano.
De entre as prioridades da candidatura está o reforço da capacidade de trabalho por administração direta na aquisição de meios e na organização das equipas de trabalho.
“Porque a câmara teve um concurso público para a limpeza urbana que esteve parado mais de um ano, não pode deixar a cidade ao abandono, como aconteceu. A câmara tem de ter a capacidade, através de meios próprios, de resolver o problema ou minimizar o problema e isso só se faz com organização interna e capacidade de trabalho”, criticou.
A criação de uma estratégia de valorização e modernização dos espaços públicos, a reabilitação urbana dos bairros degradados, a construção de um interface de transportes públicos que inclua um terminal rodoviário e uma futura ligação ferroviária de passageiros, a resolução do saneamento e abastecimento de água a Porto Covo, a reivindicação de investimentos no tratamento de águas e resíduos industriais e o reforço do apoio ao movimento associativo, são outras das prioridades desta candidatura.
As eleições autárquicas devem decorrer entre setembro e outubro deste ano.
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