Foto: BMAS

De acordo com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF),numa nota informativa divulgada no passado domingo, a investigação em curso irá debruçar-se sobre o planeamento e procedimentos operacionais da missão de trabalho aéreo do operador.

No processo serão ainda analisados os componentes críticos da aeronave, o treino, a preparação e a experiência do piloto para realizar a missão, assim como a dinâmica do impacto da aeronave no solo e as condições de sobrevivência, acrescentou.

No documento, aquele organismo disse ter constatado que o piloto da aeronave “estava devidamente autorizado e certificado para realizar o voo”, não existindo “evidências de mau funcionamento dos sistemas que pudessem ter contribuído” para o acidente.

“As evidências sugerem que o motor da aeronave estava a produzir potência no momento da colisão com os cabos” elétricos e que “a meteorologia para a área estava propícia à realização do voo”, sublinhou o GPIAAF.

No entanto, advertiu, “o operador não reportou o acidente às autoridades conforme requerido pela legislação em vigor”.

Numa breve descrição da ocorrência, o organismo explicou que, no passado dia 29 de maio, a equipa composta por um piloto, dois balizadores e dois carregadores planearam realizar uma sementeira por meio aéreo de cerca de 10 toneladas de arroz na zona de Alcácer do Sal.

Na campanha de sementeira de 2025 para a área de Alcácer do Sal “foi utilizada uma aeronave”, operada a partir da pista agrícola da Batalha, em Alcácer do Sal.

Segundo apurou a equipa de investigação de aviação civil no local, por volta das 06:50, teve início o primeiro voo do dia, com uma sequência de 14 carregamentos, com cerca de 500 quilos cada, numa missão que se prolongou até perto das 11:30.

Para evitar o pico do calor, os trabalhos só foram “retomados pelas 14:20” tendo sido realizadas sete cargas.

“No decurso da oitava carga e, após a segunda passagem, ao ganhar altura, a aeronave colidiu com dois cabos de uma linha de média tensão”, refere o GPIAAF.

Após a colisão, o piloto terá “perdido o controlo da aeronave que se precipitou no solo silvado, a 82 metros do ponto de contacto”, resultando em “ferimentos graves para o piloto”, além da “destruição da aeronave”.

Na sequência da colisão, dois dos três cabos da linha de média tensão ficaram destruídos e provocaram um pequeno incêndio ao tocarem o solo.

Ao local acorreram as corporações de bombeiros locais e forças de segurança para prestar auxílio ao ocupante da aeronave.

Segundo aquele organismo, na mesma nota, a investigação de segurança “visa unicamente identificar os fatores causais e contributivos envolvidos nos acidentes ou incidentes, com vista à eventual emissão de recomendações para prevenção e melhoria da segurança da aviação civil”.

O relatório final será divulgado após conclusão da investigação e do procedimento de audiência prévia às partes relevantes. 

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