Foto: repsol

O pré-aviso de greve, emitido hoje pelo Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), entre as 00:00 e as 24:00, de quarta-feira, abrange “todos os trabalhadores” da Repsol Polímeros, no Complexo Industrial de Sines, estando prevista uma concentração, entre 07:30 e as 09:00, junto à portaria da empresa petroquímica.

De acordo com Bruno Candeias, dirigente do SIEAP; esta greve “é a resposta dos trabalhadores ao bloqueio que se está a verificar relativamente ao novo Acordo de Empresa”, cujas negociações estão a decorrer “há vários meses”, mas sem sucesso.  

O responsável fala numa “inflexibilidade total por parte da empresa em convergir” com as “propostas dos trabalhadores” que, “depois de várias tentativas de diálogo”, optaram por “esta solução, de forma a tentar exigir à empresa que desbloqueie as negociações”.

No pré-aviso de greve, o sindicato exige “o desbloqueio imediato das negociações, propostas justas que reflitam a valorização real das suas condições de trabalho e o respeito pelos compromissos assumidos e pelos direitos conquistados”.

Segundo Bruno Candeias, o novo Acordo de Empresa, prevê “a revisão das tabelas salariais” que, no entender dos trabalhadores, deve ter em conta “a questão do poder de compra e do aumento do salário mínimo nacional”, além de “um conjunto significativo de outras propostas que a empresa praticamente tem rejeitado”.

No que respeita aos aumentos salariais, para um período de “três anos”, os trabalhadores verificaram “que há claramente uma perda de poder de compra”, uma vez que a proposta da empresa está “abaixo das previsões da inflação e do que está estipulado para o aumento do salário mínimo”, argumentou.

Segundo Bruno Candeias,  para 2025, a empresa propôs “um aumento linear de 115 euros para todos [os trabalhadores] no mínimo de 5,5%”, de “35 euros em 2026 e de 35 euros em 2027”.

Para este ano, “a proposta é francamente melhor, mas nos últimos três anos houve um aumento de 1%, quando a inflação acumulada foi de praticamente 15%”, sublinhou o sindicalista, que defendeu “um aumento salarial igual à inflação, no mínimo de 50 euros”, em 2026 e 2027.

“Os trabalhadores têm a expetativa de, não só manter o poder de compra neste triénio, mas também recuperar algum do poder de compra perdido nos últimos três anos que foi de cerca de 14% na Repsol”, salientou.

O dirigente sindical criticou o anuncio de “investimentos milionários" por parte da empresa, quando para os trabalhadores, são "apenas tostões".

"Se há dinheiro para investir e bem, para que o negócio possa continuar, os trabalhadores também têm de ser valorizados na mesma medida”, disse.

Apesar do pré-aviso de greve, o sindicato mantém a “postura de diálogo” e tem agendada uma reunião, na terça-feira, véspera da paralisação, com a administração da empresa, revelou.

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SANTIAGO DO CACÉM
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