Este movimento global convida todas as pessoas a caminharem, vestidas de azul, ao longo dos seus rios — como forma de ligação simbólica e real com a água, a terra e a comunidade.

No Torrão, concelho de Alcácer do Sal, a proposta é uma caminhada fácil de cerca de 7 km por um Xarrama Vivo, num percurso simbólico, comunitário e sensível, em homenagem à beleza, história e importância deste rio que atravessa o território de Évora ao Torrão.

A iniciativa contará com a presença de Luís Pinto, o último guarda-rios do Torrão, guardião da memória e do cuidado com os rios da região que, ao longo da caminhada, irá partilhar histórias, saberes e vivências num encontro único com a herança fluvial local.

A profissão de guarda-rios, que existiu entre os séculos XVIII e XX, foi extinta em 1995. Estes profissionais desempenhavam um papel crucial na proteção e fiscalização dos rios, garantindo a preservação das margens e a qualidade dos recursos hídricos.

Na caminhada participa igualmente a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) representada por Anabela Pereira, coordenadora nacional do projeto RIOS, que partilhará conhecimentos sobre a saúde dos rios, com destaque para o Xarrama, realizando uma demonstração prática de recolha e análise de macroinvertebrados.

Dinamizada pelo Convento da Terra e pela Associação Xarrama Adventure, esta iniciativa conta com o apoio do filantropo Frédéric Coustols, da Universidade de Évora, entre outras entidades locais e regionais.

Faz parte de um plano mais vasto de conservação integrada das águas e da biodiversidade, com ênfase na valorização ecológica e cultural do Xarrama e na reconexão comunitária com os ecossistemas fluviais.

A caminhada está marcada para, este sábado, às 14:00, e todos os interessados em participar devem usar a cor azul.

O Convento da Terra é uma iniciativa cultural orientada para a comunidade, com base no Torrão, que promove a reflexão, a criação artística e o reencontro com os saberes locais.