Foto: CMSC

A pouco menos de um mês das eleições autárquicas, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgou, na passada sexta-feira, um retrato dos municípios portugueses. 

De acordo com dados divulgados, o concelho de Santiago do Cacém apresentou um saldo migratório de +851 pessoas, suficiente para superar o saldo natural negativo de –596, consequência de uma natalidade baixa e de uma mortalidade ainda elevada.

A realidade demográfica local repete, assim, a tendência de muitos territórios do interior: o crescimento populacional só acontece graças à imigração.

Apesar desta ligeira recuperação, o município continua a ser marcado por uma densidade populacional muito reduzida — 27 habitantes por km² —, bastante distante da média nacional, que se situa nos 117 habitantes por km².

O maior desafio, contudo, está no envelhecimento da população. Em apenas três anos, o índice de envelhecimento aumentou de 2,33 para 2,51, significando que existem dois idosos e meio por cada jovem.

Paralelamente, o índice de sustentabilidade potencial, que mede o número de pessoas em idade ativa por idoso, caiu de 2,02 para 1,89 — em linha com a tendência nacional (2,68 para 2,59), mas em níveis mais críticos.

Este retrato demográfico, coloca Santiago do Cacém perante uma equação demográfica complexa: atrair e fixar população tem sido possível através da imigração, mas a capacidade de renovar gerações continua em queda, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade social e económica do território no médio prazo.


Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.