Foto: Direitos Reservados

Numa ação de sensibilização, que se realizou hoje na zona do Roncão, onde decorrem as obras, perto de vinte pessoas, entre moradores, proprietários de terrenos e autarcas, alertaram para a degradação daquelas vias, que se agravou com o início das obras.

“A nossa maior preocupação é o futuro da nossa vida no dia-a-dia, não só no decorrer desta obra, mas também depois da obra concluída, uma vez que o projeto não contempla as acessibilidades às nossas casas e as vias paralelas não estão contempladas com qualquer reparação ou alargamento”, disse Nelson Gamito Pereira, um dos promotores da iniciativa.

A obra, a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP) e financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “prevê a melhoria das condições de circulação e segurança”, com a duplicação do troço do IP8 para perfil de autoestrada, com cerca de 15 quilómetros, entre o nó de Roncão e Relvas Verdes, no concelho de Santiago do Cacém.

“Não estamos preocupados com a obra porque percebemos que tem de ser feita e é desejada por todos os habitantes, mas em causa está o que fica de pós obra para nos deslocarmos para as nossas próprias casas”, explicou.

Em causa estão dezenas de pessoas que, todos os dias, utilizam estas vias e que temem “ficar mais isolados e menos condições” devido a uma obra que “significa mais desenvolvimento” para a região.

“Ficamos com caminhos de cabra, não são caminhos que sirvam a mobilidade de forma correta e que permitam uma assistência em emergência da forma necessária”, exemplificou.

Em outubro do ano passado, os moradores lançaram um abaixo-assinado para exigir melhorias nas vias rurais paralelas àquele itinerário “com a colocação de pavimento duradouro, em alcatrão ou similar” tendo conseguido recolher mais de 600 assinaturas.

A este propósito, também o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, já pediu uma reunião “com caráter de urgência “ ao secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, mas até ao momento sem resposta.

No entender do autarca, também presente na ação, “estão em causa direitos básicos”, relacionados “com a acessibilidade das pessoas às suas habitações”, além das questões “de segurança e de acesso ao socorro”.

“Foi-me relatado um episódio de um ambulância que teve muitas dificuldades em chegar a casa” de um utente, lamentou.

Considerando que todo o processo tem sido tratado com “desleixo” por parte das entidades responsáveis, o autarca disse não compreender como é que, “após sucessivos alertas”, “continua sem qualquer resposta”.

A iniciativa contou igualmente com a presença da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Santiago do Cacém, e dos presidentes das juntas de freguesia de São Francisco da Serra,  Santa Cruz e Melides.

No decorrer da ação, os moradores decidiram que vão “aguardar pela resposta” do Governo ao pedido de reunião e admitiram avançar com “ações mais extremadas” ou “outras formas de manifestar” as suas preocupações.


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