Foto: DR

Trata-se de uma peça performativa como um filme de ficção sobre uma revolução encenada, a partir de imagens de arquivos de Portugal, no Estado Novo e em Democracia, com o ator principal no papel de um realizador que está a fazer um filme sobre uma revolução.

Em cena estará apenas o realizador, numa mesa de trabalho, e apoiado por um ecrã onde são projetadas imagens que são comentadas e narradas.
Para este espetáculo, a companhia procurou imagens em arquivos como os da Cinemateca e da RTP, contando com consultoria do jornalista Joaquim Furtado, para construir uma narrativa sobre o que foi Portugal antes e depois da Revolução de Abril de 1974.
A montagem inclui imagens de crianças na Mocidade Portuguesa, de militares portugueses mobilizados para a Guerra Colonial e de demonstrações de poder do regime de Salazar, mas também filmagens de arquivo do dia da ‘revolução dos cravos’, das celebrações civis nas ruas e de alguns dos protagonistas do período revolucionário, do capitão Salgueiro Maia ao político Mário Soares.
Enquanto essas imagens são mostradas ao público, o realizador vai dando indicações de cena, como se fosse o responsável de toda esta revolução encenada.
Nesta peça de teatro, a Mala Voadora recria a experiência de John Smith no filme “The Girl Chewing Gum”, em que o realizador tenta que a realidade passe por ficção, ao sobrepor, a imagens captadas numa rua em Londres, uma voz que parece dar instruções para o que acontece”.
“Para além de dar a conhecer os factos que garantiram a instauração de um regime democrático em Portugal, este espetáculo evidencia os mecanismos de construção ficcional e, designadamente, de construção de realidades manipuladas”, explicou, em comunicado, a companhia.
Com este espetáculo, que já foi apresentado em 2024, para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, a companhia de teatro pretende refletir sobre a História recente do país, e pensar também sobre as falsas Histórias e as 'fake news' (noticias falsas).
O espetáculo, com a duração de 50 minutos e direção de Jorge Andrade, é apresentado, esta sexta-feira, em várias sessões para escolas, e, no sábado, pelas 15:00, no Campo Cultural de Campilhas, mediante reserva e com entrada gratuita.
A Mala Voadora é uma organização cultural com uma ação compreendida entre as artes e o pensamento reflexivo e, desde 2023, que é responsável pelo Campo Cultural de Campilhas, junto à barragem de Campilhas.
Desde 2020 que a companhia desenvolve em Santiago do Cacém o projeto Campilhas Internacional, um dos vencedores do concurso Connecting Dots – Mobilidade Artística e Desenvolvimento de Públicos (EEA Grants), e que contou desde o início com o apoio da Câmara de Santiago do Cacém.

Comente esta notícia


SANTIAGO DO CACÉM
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.