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De acordo com este organismo que congrega todas as comissões de utentes deste território, em comunicado, só na freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, há “cerca de nove mil utentes” sem médico de família e, destes, “quase 6.000 não têm [acesso] a um médico”.

Estas são as conclusões retiradas de um encontro que se realizou, esta quinta-feira, entre a coordenadora das comissões de utentes e o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA).

Já na freguesia de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, dos “cerca de 11 mil utentes, mais de seis mil não têm médico de família”, refere a coordenadora, revelando ”uma grande preocupação” em relação a este cenário.

Também “os utentes de Canal Caveira”, no concelho de Grândola, “continuam desprotegidos no que diz respeito a consultas médicas, porque só têm atendimento médico uma vez por mês”, acrescentou.

No comunicado, além de considerar “inadmissível a "derrapagem" no tempo para a conclusão do novo edifício do Centro de Saúde de Santiago do Cacém”, a representante das comissões de utentes, criticou a não reabertura do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Grândola.

“Mais grave ainda é o Ministério da Saúde não querer cumprir uma resolução da Assembleia da República, aprovada em 2011, com os votos favoráveis do PSD, no sentido da reabertura do SAP, 24 horas, do Centro de Saúde de Grândola”, argumentou.

De acordo com este organismo, na ULSLA, “existem diversas privatizações internas, a começar pelo Serviço de Imagiologia, mas também na Unidade de Saúde Familiar "Porto de Mar", em Sines, nos Centros de Responsabilidade Integrados de Oftalmologia e de Ortopedia, no Hospital do Litoral Alentejano (HLA)”.

“No HLA mais de 20% dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos ("Tempos de Espera"), não são cumpridos nas consultas e também nas cirurgias”, realçou.

As Comissões de Utentes do Litoral Alentejano exigem ao Governo a contratação de profissionais de Saúde (Médicos, Enfermeiros, Assistentes Técnicos, Auxiliares, Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, etc) e o regresso da Unidade de Saúde Familiar "Porto de Mar" para a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados.

Exigem ainda a execução da medida de “dedicação exclusiva para diversos profissionais”, “incentivos para a contratação de profissionais de saúde” para os quadros da ULSLA, “a reversão dos meios complementares de diagnóstico de empresas privadas para toda a ULSLA, o fim da privatização do Serviço de Imagiologia do HLA, a construção da maternidade” neste hospital e o “fim de todas as Taxas Moderadoras”.

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