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Em declarações à rádio M24, Bruno Candeias,  dirigente do Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), revelou que houve uma “adesão, no turno da noite, de 100% dentro do complexo industrial de Sines” da Repsol Polímeros.

Já nas primeiras horas do turno da manhã, a adesão ronda "os 90%”, acrescentou o dirigente do sindicato que iniciou às 00:00 de hoje uma greve de 24 horas.

Durante uma concentração de trabalhadores que decorreu, entre as 07:30 e as 10:00, junto à portaria da empresa, o sindicalista destacou “a grande expressão de unidade” e voltou a reivindicar “um acordo digno para quem trabalha” na empresa petroquímica.

Referindo que as negociações com a administração da empresa está, neste momento, “completamente bloqueada pela administração, de forma unilateral e até numa postura de grande extremismo", o dirigente realçou o papel dos trabalhadores.

A empresa "não converge em relação àquilo que são as justas reivindicações dos trabalhadores que, após seis meses, disseram basta, lançaram a greve e estão a aderir massivamente”, afirmou.

Segundo o representante do SIEAP, “todas as unidades que estavam a laborar, para além da segurança necessária, foram paralisadas”, estando assegurados os serviços mínimos.

Os trabalhadores estão a garantir "a segurança das instalações” e “algumas das pequenas unidades que já estavam a começar a laborar”, depois de uma paragem programada, “foram também elas paralisadas, adiando a produção”, indicou.

Segundo Bruno Candeias, o novo Acordo de Empresa prevê “a revisão das tabelas salariais” que, no entender dos trabalhadores, deve ter em conta “a questão do poder de compra e do aumento do salário mínimo nacional”, além de “um conjunto significativo de outras propostas que a empresa praticamente tem rejeitado”.

Também David Palma, delegado sindical do SIEAP, e trabalhador da empresa há 22 anos, disse esperar que a elevada adesão dos trabalhadores à paralisação, nos primeiros dois turnos, contribua para a resolução dos problemas salariais.

“Pensamos que possa vir a ser esse o caminho. Estamos a passar por um período que nunca passámos, tivemos sempre algum reconhecimento anualmente a nível salarial e agora estamos há três anos sem incremento salarial e com uma inflação bastante alta”, disse.

E lembrou que, ao contrário de Sines, o IPC (Índice dos Preços do Consumidor) não foi retirado aos "colegas da Repsol em Espanha" que têm este indicador no Acordo de Empresa "em alguns moldes" e com "uma modalidade que gostaríamos que fosse aplicada" nesta unidade fabril.

A rádio M24 contactou a empresa, mas até ao momento não obteve esclarecimentos.

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SANTIAGO DO CACÉM
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