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O anúncio foi feito recentemente, numa entrevista, pelo presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), Pedro do Ó Ramos, que admitiu estar a ser estudada a utilização desta infraestrutura portuária para uso militar.

No comunicado, o BE argumentou que "mais do que a militarização de Sines e de toda a região", com esta decisão o Porto de Sines "torna-se um alvo estratégico em qualquer conflito internacional".

"Coloca em risco a segurança civil e aumenta risco de acidentes industriais de grande escala, dada a grande presença de uma indústria de combustíveis fosseis", referiu.

No entender do BE, "este investimento resulta da imposição de Donald Trump, para que os países da NATO aumentem as suas despesas em defesa, até 5% do Produto Interno Bruto (PIB)" desenvolvendo "uma estratégia belicista" e uma "corrida aos armamentos".

"A intenção do Governo de direita do PSD/CDS e dos que o apoiam neste assunto é chegar lá rapidamente, mesmo que para isso seja necessário violar a Constituição da República Portuguesa", acrescentou.

Na mesma nota, o BE lembrou que a "União Europeia já é uma das maiores potências mundiais" no que respeita a "capacidade militar instalada".

"Querem-nos agora fazer acreditar que para nos defendermos de supostos “invasores” temos de reabilitar a indústria militar, quando o que se está a promover é o negócio das empresas do poderoso lobby industrial-militar europeu e americano", acusou.

Além de criticar decisões tomadas nas "costas das populações, sem transparência, sem debate [e] sem verdade", a estrutura política aponta o dedo ao "Governo, Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) e as Autarquias Locais que a integram" de serem "cúmplices nos planos e nos silêncios".

Considerando que "o planeamento da região deve ser público e democrático" e "envolver a comunidade", o BE exigiu "transparência, verdade e debate sobre a intenção de construir um cais militar no porto de Sines.

"Do que Sines e a região precisam é de responder às reais necessidades das pessoas. O dinheiro dos contribuintes deve ser investido em habitação acessível, saúde, educação, numa transição justa e com empregos dignos", sublinhou.

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SANTIAGO DO CACÉM
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