Associações de agricultores e produtores florestais preocupados com falta de helicóptero em Grândola
Várias associações representativas dos agricultores e produtores florestais do litoral alentejano manifestaram-se preocupadas com a ausência do meio aéreo no concelho de Grândola, na fase mais crítica de incêndios rurais.

Foto: DR
Num comunicado, a Associação de Agricultores de Grândola, a Associação dos Produtores Florestais do Vale do Sado (ANSUB), a Associação de Agricultores de Alcácer do Sal e a Grandolacoop revelaram ter enviado uma carta à ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, a alertar para a ausência do meio aéreo afeto ao Centro de Meios Aéreos (CMA) de Grândola.
O apelo “surge no inicio da fase Delta”, num momento “de risco elevado de incêndios”, em que “a presença de meios aéreos de combate é considerada essencial para garantir uma resposta rápida e eficaz” para a proteção de “pessoas, património e ecossistemas florestais".
A colocação de helicóptero no CMA de Grândola estava prevista para o dia 01 de junho, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de 2025.
Para presidente da Associação de Agricultores de Grândola, Luís Rodrigues Dias, o helicóptero “é um meio determinante” para uma área que compreende as serras de Grândola e também de Cercal, no concelho de Santiago do Cacém, além das zonas de areia junto à costa.
“Todas estas áreas têm em comum os acessos difíceis por meios terrestres e o meio aéreo tem-se revelado sempre determinante no combate aos incêndios. Uma das razões para termos tão pouca área ardida nos últimos anos é sem duvida a eficácia do meio aéreo, por isso a ausência dele causa-nos enorme preocupação”, sustentou.
Na carta enviada, no final de junho e à qual as associações não obtiveram resposta, solicitam à tutela a revisão urgente desta situação, de forma a "reforçar a capacidade de resposta e segurança do território durante a época de incêndios”.
De acordo com Luís Rodrigues Dias, apesar da ausência do meio aéreo em Grândola, os cuidados em termos de intervenção preventiva “são praticados anualmente” pelos profissionais e “reforçados nos períodos em que as temperaturas são muito altas”.
“Por diversas vezes, a experiência mostrou que a eficácia de um meio aéreo é muito grande, porque aquele que aqui costumamos ter está no ar em três a quatro minutos e muito rapidamente chega e faz um ataque inicial muito eficaz”, concluiu.
As associações que representam centenas de agricultores e produtores do litoral alentejano recordam que “é a primeira vez nos últimos 15 anos que o CMA de Grândola está desguarnecido de qualquer meio aéreo”.
"Desde 2010, sem interrupções, este meio aéreo tem representado uma enorme mais valia porque permite uma intervenção rápida e decisiva em zonas de acesso difícil, demorado ou até mesmo impossível por meios terrestres, numa área [de] cerca meio milhão de hectares de território", lê-se no comunicado.
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