Foto: DR

A lagoa "abriu um pouco mais cedo do que era esperado e, depois de ter sido feito um trabalho prévio", com recurso a máquinas retroescavadoras, "o mar encarregou-se de derrubar a última barreira" e fazer a ligação ao mar, explicou o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha.

Com uma cota elevada, a maior desde há 12 anos, devido às chuvas das últimas semanas, o autarca indicou que “o processo [de abertura] foi mais fácil”.

“Este ano a câmara chamou a si a responsabilidade da abertura da lagoa, fez um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente [APA] e envolveu os pescadores e a comunidade locais, a junta de freguesia de Santo André e o ICNF”, acrescentou.

As entidades envolvidas acordaram “o dia, a hora e o local exatos” para a abertura da lagoa, e por isso o autarca mostrou-se convicto de que estão reunidas as condições para que “a natureza possa fazer o seu trabalho” e garantir a ligação da lagoa ao mar “o maior número de dias possível”.

No ano passado, a lagoa de Santo André “esteve aberta ao mar mais de 90 dias”, acrescentou.

Também a assistir à abertura, pela primeira vez, o vice-presidente da APA, Rogério Silva, aludiu para a importância deste tipo de operações do ponto de vista ambiental.

Este processo, que é feito todos os anos, com recurso a meios mecânicos, garante a “renovação da água” e das “espécies piscícolas”, sublinhou.

“A APA faz o seu papel, mas está a fazê-lo cada vez mais com grande proximidade aos atores locais, nomeadamente as autarquias que estão no território para que se operacionalize todo este conjunto de operações”, realçou.

Também o presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, considerou que "as chuvas das últimas semanas contribuíram" para uma cota de água elevada, só "superada em 2010".

"Isto facilita o processo mecânico, aconteceu antes da hora prevista, a mãe natureza assim o quis e ao falar com alguns pescadores já nos indicaram que está tudo a correr bem, há uma força de água muito grande na zona entre a lagoa e o mar e por isso estamos muito satisfeitos", referiu.

Já para Carlos Agostinho, um dos pescadores da lagoa, a operação correu bem, tendo em conta "força" da corrente.

"Está a alargar e a afundar o que significa que vai ser possível renovar essa água suja que a chuva traz das serras e agora convém que meta umas marés boas, para lavar bem a lagoa e deixar entrar espécies piscícolas", afirmou.

Tal como em anos anteriores, a operação de abertura do canal, com largura e profundidade suficientes para permitir a ligação ao mar, foi acompanhada por centenas de pessoas que permanecem no areal até à conclusão do processo.

A operação contou com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a colaboração da Capitania do Porto de Sines.

Esta operação acontece todos os anos por altura do equinócio da primavera e, além do espetáculo que a natureza proporciona, visa a renovação das espécies e a limpeza da água. 

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